ASCO 2025 – Estudo AMPLITUDE: niraparibe + AAP melhora rPFS em mCSPC com alterações em DDR

Em 3/6/2025, foi apresentado na ASCO 2025 o estudo de fase 3 AMPLITUDE, que avaliou o uso de niraparibe (inibidor de PARP) combinado a acetato de abiraterona e prednisona (AAP) em pacientes com câncer de próstata metastático sensível à castração (mCSPC) portadores de alterações em genes de reparo por recombinação homóloga (DDR+). O estudo randomizou 696 pacientes com mCSPC DDR+ (BRCA1, BRCA2, BRIP1, CDK12, CHEK2, FANCA, PALB2, RAD51B, RAD54L) para receber niraparibe + AAP + ADT versus placebo + AAP + ADT. O desfecho primário foi sobrevida livre de progressão radiográfica (rPFS), com desfechos secundários incluindo sobrevida global (OS) e tempo até progressão sintomática. A análise também foi estratificada por tipo de alteração genética, incluindo mutações em BRCA e outros genes DDR não-BRCA. A maior parte dos pacientes eram metastáticos ao diagnóstico (86%) e tinham doença de alto volume (77%). Apenas 16% dos pacientes haviam recebido docetaxel previamente. Os resultados mostraram que a adição de niraparibe ao tratamento padrão resultou em melhora significativa da rPFS. O benefício foi mais pronunciado em pacientes com mutações BRCA (HR 0,52), mas também foi observado entre os pacientes na população por intenção de tratar (HR 0,63). A análise interina de sobrevida global sugeriu tendência favorável, embora ainda imatura para conclusão definitiva. O tempo até progressão sintomática também foi prolongado no braço niraparibe.

O regime foi considerado gerenciável do ponto de vista de segurança, com eventos adversos compatíveis com o perfil conhecido de niraparibe, incluindo anemia, fadiga e eventos hematológicos. O estudo representa um avanço importante ao demonstrar que a estratificação genômica pode guiar a intensificação terapêutica no mCSPC, marcando o primeiro estudo positivo com inibidor da PARP nesse cenário.