ASCO 2025 – Risco cardiovascular aumentado com abiraterona em comparação com enzalutamida em pacientes com mCRPC: estudo de vida real com dados do Medicare

Apresentado na ASCO 2025, este estudo de vida real avaliou o risco de eventos cardiovasculares (CV) em pacientes com câncer de próstata resistente à castração metastático (mCRPC), quimioterapia-naïve, tratados com abiraterona (AA) ou enzalutamida (ENZA). Foram analisados dados de 6319 pacientes ≥65 anos do banco do Medicare dos EUA (2010–2022), com pareamento por escore de propensão (2913 por grupo).

O desfecho primário foi o composto MACE-4 (infarto, AVC, angina instável/revascularização e insuficiência cardíaca). Eventos adicionais incluíram fibrilação atrial (FA), tromboembolismo venoso (TEV) e mortalidade por qualquer causa. A maioria dos pacientes tinha história prévia de doença cardiovascular (76%).

Comparado à ENZA, o uso de AA esteve associado a maior risco de:

- MACE-4: HR 1,12 (IC 95%: 1,02–1,24; p=0,028)

- Angina instável/revascularização: HR 1,13 (IC 95%: 1,01–1,26)

- Fibrilação atrial: HR 1,73 (IC 95%: 1,31–2,29; p=0,0001)

- TEV: HR 1,37 (IC 95%: 1,02–1,85)

Além disso, o risco de morte por qualquer causa foi maior com AA, independentemente da presença de CVD:

- Com CVD prévia: HR 1,14 (IC 95%: 1,07–1,21)

- Sem CVD: HR 1,12 (IC 95%: 1,01–1,26)

Esses achados reforçam o maior risco CV associado à abiraterona em pacientes com mCRPC, com potenciais implicações para a escolha terapêutica, especialmente na presença de comorbidades cardiovasculares.

Apresentador: Alan H. Bryce, City of Hope, Phoenix, AZ