ASCO 2025 – COMRADE: Olaparibe + rádio-223 versus rádio-223 em mCRPC com metástases ósseas

Em 3/6/2025, foi apresentado na ASCO 2025 o estudo COMRADE, um ensaio multicêntrico, randomizado, de fase 1/2 e de iniciativa do investigador, que avaliou a combinação de olaparibe e rádio-223 em pacientes com câncer de próstata resistente à castração metastático (mCRPC) com metástases exclusivamente ósseas. O estudo incluiu uma fase 1 de escalonamento de dose para avaliação de segurança e definição da dose recomendada, seguida por uma fase 2 randomizada, que comparou olaparibe (200 mg duas vezes ao dia) + rádio-223 versus rádio-223 isolado. Foram randomizados 120 pacientes na fase 2. A randomização foi estratificada por uso prévio de docetaxel e por extensão da doença óssea, utilizando como ponto de corte o número de 20 lesões ósseas (≤20 vs. >20 lesões), conforme avaliação radiológica basal. Foram incluídos pacientes com mCRPC e metástases exclusivamente ósseas, permitindo linfadenomegalias de até 4 cm, desde que sem metástases viscerais. Mais de 95% dos pacientes haviam recebido inibidores do receptor androgênico (ARPI) e mais de 50% haviam recebido docetaxel previamente. O desfecho primário da fase 2 foi a sobrevida livre de progressão radiográfica (rPFS). A combinação de olaparibe + rádio-223 resultou em mediana de rPFS de 8,9 meses, comparado a 4,7 meses com rádio-223 isolado (HR 0,47). O não uso prévio de docetaxel foi associado a maior benefício com a combinação. O perfil de segurança foi considerado manejável, com toxicidades hematológicas compatíveis com os agentes utilizados. Análises exploratórias de ctDNA sugeriram que pacientes com alta fração tumoral basal apresentaram pior prognóstico, reforçando o potencial do ctDNA como biomarcador prognóstico e/ou preditivo. O COMRADE é o primeiro estudo a demonstrar atividade clínica da combinação de um inibidor de PARP (olaparibe) com um radioisótopo alfa (rádio-223) em pacientes com mCRPC exclusivamente ósseo.