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O Papel do Prolapso Vaginal Anterior na Síndrome da Bexiga Hiperativa e Hipoativa Coexistente: Um Estudo de Coorte Retrospectivo

Autores do Artigo

Yoav Baruch 1, Marta Barba 2, Alice Cola 2, Matteo Frigerio 2

Revista

Journal of Clinical Medicine

Data da publicação

Abril 2025

Autor do Resumo

Editor

Publicação do Resumo

Abril 2025

  

Introdução

O estudo avaliou a relação entre o prolapso vaginal anterior e a síndrome da bexiga hiperativa e hipoativa coexistente (SBHHC), caracterizada por sintomas de armazenamento e esvaziamento urinário. Foram analisadas diferenças clínicas e urodinâmicas entre pacientes com e sem cistocele, buscando entender a influência do prolapso na função da bexiga.

Objetivo

Avaliar as características clínicas e urodinâmicas da SBHHC em pacientes com e sem cistocele

Desenho do estudo

Estudo de coorte retrospectivo

Número de pacientes

369

Período de inclusão

2008 e 2016

Materiais e Métodos

Foram analisadas 369 pacientes diagnosticadas com SBHHC a partir de um banco de dados de 2000 mulheres submetidas a estudos urodinâmicos entre 2008 e 2016. Os grupos foram categorizados conforme o sistema de quantificação do prolapso de órgãos pélvicos (POP-Q). A gravidade dos sintomas foi avaliada pelo questionário ICIQ-UI SF, e parâmetros urodinâmicos foram analisados, incluindo taxa de fluxo urinário máximo (Qmax), pressão do detrusor e índice de contratilidade da bexiga (BCI).

Resultados

Mulheres com cistocele apresentaram menor força contrátil da bexiga (BCI médio: 96,5 vs. 108; p = 0,017) e maior prevalência de contração fraca (52,7% vs. 39,5%; p = 0,011).
A presença de sintomas de prolapso foi 4,5 vezes maior no grupo com cistocele (88% vs. 19,5%; p < 0,001).
O grupo sem cistocele apresentou taxas mais elevadas de incontinência urinária de esforço (70,8% vs. 55,4%; p = 0,002) e urgência (64,9% vs. 50%; p = 0,04).
O fluxo urinário máximo (Qmax) foi significativamente menor em pacientes com cistocele (15 vs. 17 mL/s; p = 0,008), sugerindo um impacto da obstrução anatômica na micção.

Conclusão do Trabalho

Este estudo reforça a hipótese de que a SBHHC pode ser influenciada pela presença de cistocele, indicando que a obstrução anatômica pode desempenhar um papel na fraqueza contrátil da bexiga e nos sintomas miccionais.

A distinção entre SBHHC com e sem cistocele pode ter implicações importantes no manejo clínico, incluindo a possibilidade de que a correção cirúrgica do prolapso possa impactar a função vesical.

No entanto, a natureza retrospectiva do estudo e a necessidade de mais pesquisas sobre a evolução dos sintomas pós-reparo cirúrgicos limitam conclusões definitivas. Estudos prospectivos futuros poderão esclarecer melhor o impacto do tratamento do prolapso na CUOB, auxiliando no aconselhamento individualizado dessas pacientes.

Referência

J. Clin. Med. 2025, 14(2), 600. Yoav Baruch, Marta Barba , Alice Cola and Matteo Frigerio.

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