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Associação entre Novos Índices Antropométricos e Bexiga Hiperativa: Um Estudo Populacional

Autores do Artigo: 

Liu H, Dong H, Jin M, Zhou Y, Hao H, Yuan Y, Jia H, He M.

Journal

Frontiers in Nutrition

Data da publicação

Janeiro 2025

Autor do Resumo

Editor de Seção

  

Introdução

Este estudo, publicado na Frontiers in Nutrition, investigou a associação entre novos índices antropométricos e a prevalência de bexiga hiperativa (OAB) em uma grande amostra populacional. A obesidade abdominal é um conhecido fator de risco para OAB, mas índices tradicionais como o IMC podem não refletir com precisão a distribuição de gordura corporal.

Objetivo

Avaliar a relação entre novos índices antropométricos e a prevalência de OAB, comparando seu desempenho com as medidas tradicionais de obesidade.

Desenho do estudo

Estudo transversal baseado nos dados do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES) de 2007 a 2018, incluindo 27.560 participantes adultos. A presença de OAB foi definida por escore ≥3 na Overactive Bladder Symptom Score (OABSS).

Número de pacientes

27.560 participantes adultos

Período de inclusão

De 2007 a 2018.

Materiais e Métodos

Metodologia: Foram avaliados quatro novos índices antropométricos:
  • Body Roundness Index (BRI): estima a gordura corporal utilizando circunferência da cintura e altura.
  • A Body Shape Index (ABSI): relaciona circunferência da cintura, IMC e altura para refletir risco metabólico.
  • Waist-to-Weight Index (WWI): razão entre circunferência da cintura e peso corporal.
  • Relative Fat Mass (RFM): estimativa de gordura corporal baseada em altura e circunferência da cintura, com fórmulas específicas para homens e mulheres.
As análises foram realizadas por regressão logística multivariada e curvas ROC para comparação da acurácia preditiva dos índices.

Resultados

Todos os novos índices mostraram associação positiva com a prevalência de OAB. A cada aumento de um desvio-padrão no índice, o risco de OAB aumentou em 16% para o WWI, 31% para o BRI, 57% para o RFM e 5% para o ABSI. Além disso, o WWI e o RFM apresentaram maior acurácia diagnóstica do que o IMC e a razão cintura-altura. O WWI apresentou a maior área sob a curva (AUC = 0,680), seguido pelo RFM (AUC = 0,661), ambos superando o IMC (AUC = 0,599). A relação entre o RFM e OAB foi não linear, sugerindo que o aumento excessivo de gordura corporal pode ter impacto desproporcional no risco de OAB. As associações foram particularmente mais fortes entre mulheres, indivíduos jovens (20-50 anos) e aqueles com maior nível educacional.

Conclusão do Trabalho

O estudo demonstrou que os índices antropométricos WWI e RFM são melhores preditores de risco para OAB do que as medidas tradicionais de obesidade. Estes achados sugerem que a incorporação de tais índices na prática clínica pode aprimorar a identificação de indivíduos sob risco e orientar estratégias preventivas mais eficazes.

Comentário Editorial

Esta análise destaca o valor clínico dos novos índices antropométricos, especialmente WWI e RFM, na predição de risco para OAB, superando medidas clássicas como o IMC. A adoção desses índices pode facilitar uma abordagem mais personalizada na prevenção e manejo da OAB, sobretudo em populações vulneráveis. Futuros estudos longitudinais são necessários para estabelecer a direção causal dessas associações e validar estes achados em diferentes contextos populacionais.

Referência

Liu H, Dong H, Jin M, Zhou Y, Hao H, Yuan Y, Jia H, He M. Association between novel anthropometric indices and overactive bladder: a population-based study. Front Nutr. 2025;12:1493792. DOI: 10.3389/fnut.2025.1493792

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