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Atualização do Paradigma da Teoria Integral – Um Sistema de Gestão Baseado em Colágeno para Disfunções do Assoalho Pélvico

Autores do Artigo

Petros P, Liedl B, Goeschen K

Revista

Continence

Data da publicação

Dezembro 2024

Autor do Resumo

Editor

Publicação do Resumo

Março 2025

  

Introdução

O artigo “Update Integral Theory Paradigm—A contemporary collagen-based management system for pelvic floor dysfunctions”, publicado em 2024 na revista Continence, revisa o Paradigma da Teoria Integral (ITP) e seu papel no manejo das disfunções do assoalho pélvico, focando na importância do colágeno nos ligamentos que sustentam os órgãos pélvicos. A Teoria Integral propõe que o controle da bexiga e intestino está relacionado à função dos ligamentos e músculos do assoalho pélvico, ao invés de uma ação direta dos órgãos, revolucionando a compreensão e tratamento de condições como incontinência urinária, prolapso e dor pélvica crônica.

Objetivo

Revisar o Paradigma da Teoria Integral como um sistema baseado em colágeno para o diagnóstico e manejo de disfunções do assoalho pélvico, com foco em sua aplicação clínica.

Desenho do estudo

Revisão teórica, com base em evidências sobre a função e disfunção dos ligamentos e músculos pélvicos e sua relação com o controle urinário e fecal.

Resultados

1. Controle Cortical Binário: O controle da bexiga e intestino segue um padrão binário, no qual a função é mantida "fechada" na maior parte do tempo e se abre apenas quando necessário para evacuar. Este controle envolve a coordenação de músculos e ligamentos que suportam os órgãos pélvicos.
2. Função Músculo/Ligamentar Periférica: O suporte dos ligamentos pubouretrais (PUL) e uterossacrais (USL) é essencial para o funcionamento adequado da continência. Quando esses ligamentos estão enfraquecidos ou lesionados, surgem sintomas como incontinência, urgência e dificuldade de evacuação.
3. Colágeno e Disfunção: Alterações no colágeno, devido ao envelhecimento ou eventos como o pós-parto e a menopausa, afetam a força dos ligamentos pélvicos. Essas mudanças levam à incapacidade de manter o suporte adequado dos órgãos, resultando em disfunções como incontinência e prolapsos.

Tabela: Relacionando Compartimentos, Ligamentos e Mecanismos Fisiopatológicos

Compartimento / Ligamento Dificuldade para abrir/ocluir a saída Inabilidade para impedir o reflexo de evacuação ou micção Outros achados
Anterior / Pubouretral (PUL) Incontinência urinária de esforço ou incontinência fecal Urgência urinária (ativação precoce do reflexo) Micção obstruída (hipercorreção)
Médio / Ligamento cardinal (CL) Micção obstruída Frequência e Urgência urinária  Cistocele
Posterior / Uterossacral (USL) Obstrução ou incontinência fecal ou micção obstruída Urgência urinária ou fecal Prolapso retal ou prolapso apical, dor pélvica crônica, noctúria

 

Conclusão do Trabalho

O Paradigma da Teoria Integral destaca o papel central dos ligamentos pélvicos e sua estrutura de colágeno na manutenção da continência e na prevenção de prolapsos. A degeneração do colágeno resulta em um suporte insuficiente dos órgãos, levando a sintomas como incontinência e dor pélvica crônica. O tratamento cirúrgico de reforço ligamentar tem mostrado resultados promissores para restaurar a função do assoalho pélvico.

Comentário Editorial

A Teoria Integral oferece uma abordagem inovadora e unificadora para as disfunções do assoalho pélvico, associando fatores estruturais e funcionais. A compreensão do papel dos ligamentos, especialmente aqueles afetados por alterações no colágeno, permite a aplicação de terapias mais direcionadas, como a cirurgia de reforço ligamentar. Essa abordagem traz perspectivas promissoras para a personalização do tratamento, principalmente em mulheres pós-menopausa e pacientes com disfunção ligamentar. Futuras pesquisas devem continuar a explorar a eficácia dessas intervenções em diferentes populações e estados clínicos.

Referência

Petros P, Liedl B, Goeschen K. Update Integral Theory Paradigm—A contemporary collagen-based management system for pelvic floor dysfunctions. Continence. 2024;12:101698. DOI: https://doi.org/10.1016/j.cont.2024.101698

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