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Mini-Slings de Incisão Única para Incontinência Urinária de Esforço em Mulheres.

Autores do Artigo: 

Abdel-Fattah et al.

Journal

The New England Journal of Medicine

Data da publicação

Março 2022

Autor do Resumo

Editor de Seção

  

Introdução

Em Março de 2022, foi publicado o artigo "Single-Incision Mini-Slings for Stress Urinary Incontinence in Women" no The New England Journal of Medicine. O estudo avaliou a eficácia e segurança dos mini-slings de incisão única em comparação com os slings de uretra média convencionais no tratamento da incontinência urinária de esforço. A pesquisa consistiu em um ensaio clínico pragmático, multicêntrico e randomizado, de não inferioridade, realizado em 21 hospitais do Reino Unido. Os resultados mostraram que os mini-slings eram não-inferiores aos slings convencionais, com uma taxa de sucesso relatada pelos pacientes de 79,1% para mini-slings contra 75,6% para os slings de uretra média.

Confira abaixo mais detalhes do estudo:

Objetivo

Comparar a eficácia e segurança dos mini-slings de incisão única com os slings de uretra média convencionais em mulheres com incontinência urinária de esforço.

Desenho do estudo

Ensaio clínico pragmático, multicêntrico e randomizado, de não inferioridade

Número de pacientes

As participantes foram randomizadas em uma proporção de 1:1, com o grupo de mini-slings utilizando dispositivos Ajust ou Altis e o grupo de comparação usando slings retropúbicos ou transobturatórios. 

Período de inclusão

Fevereiro de 2014 a Julho de 2017.

Materiais e Métodos

Ensaio clínico randomizado, multicêntrico, de não inferioridade.

Desfechos

O desfecho primário foi o sucesso relatado no questionário PGI-I em 15 meses após a randomização.

Critérios de inclusão e exclusão mais relevantes

Foram incluídas mulheres com 18 anos ou mais que apresentavam sintomas predominantes de incontinência urinária de esforço e para as quais o tratamento conservador não funcionou ou foi recusado; todas estavam programadas para realizar o procedimento de sling suburetral. Os critérios de exclusão incluíram prolapso anterior ou apical de estágio 2 ou superior, cirurgia prévia para incontinência urinária de esforço, sintomas predominantes de bexiga hiperativa, cirurgia concomitante planejada, radioterapia pélvica anterior, gravidez ou planejamento de gravidez e incapacidade de compreender o consentimento em inglês.

Resultados

Aos 15 meses, 79,1% das mulheres do grupo de mini-slings relataram sucesso, contra 75,6% no grupo de slings convencionais. A diferença ajustada de risco foi de 4,6 pontos percentuais. Aos 36 meses, o sucesso continuou similar, com ligeiro aumento na incidência de dor na virilha, exposição de fita ou malha e dispareunia no grupo de mini-slings. Dispareunia foi reportada em 11,7% no grupo mini-sling e 4,8% no grupo sling convencional. Tratamento cirúrgico adicional foi necessário em 8,7% no grupo mini-sling e 4,6% no grupo sling convencional em um período de 36 meses.

Comentário Editorial

O estudo demonstra que os mini-slings de incisão única são uma alternativa viável aos slings convencionais, oferecendo taxas de sucesso semelhantes com um perfil de segurança comparável. No entanto, o aumento na incidência de dispareunia e necessidade de cirurgias adicionais para tratamento de complicações, como dor e exposição de malha, limita sua vantagem. As descobertas alinham-se com pesquisas prévias, mas a ausência de dados de longo prazo e limitações na avaliação de eventos adversos raros indicam que estudos futuros são necessários para confirmar a segurança e eficácia dos mini-slings.

Referência

Abdel-Fattah et al. N Engl J Med 2022;386:1230-1243.

 

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