
Sling de Uretra Média vs. Injeção de OnabotulinumtoxinaA Intradetrusor em Mulheres com Incontinência Urinária Mista: Estudo Clínico Randomizado MUSA
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Introdução
O artigo “Mid-Urethral Sling vs Intradetrusor OnabotulinumtoxinA in Women with Mixed Urinary Incontinence – the MUSA Randomized Clinical Trial”, publicado na revista Continence em 2024, comparou a eficácia e segurança de dois tratamentos para incontinência urinária mista (MUI) o sling de uretra média (MUS) e a injeção de onabotulinumtoxinaA intradetrusor (BTX). Mulheres com sintomas de incontinência de esforço (SUI) e de urgência (UUI), que não responderam a tratamentos conservadores, foram randomizadas para um dos dois tratamentos.
Objetivo
Avaliar se a injeção de 100 unidades de onabotulinumtoxinaA intradetrusor é superior ao MUS em mulheres com sintomas de incontinência urinária mista, refratárias a terapias conservadoras.
Desenho do estudo
Ensaio clínico multicêntrico, randomizado.
Número de pacientes
137
Materiais e Métodos
137 mulheres com incontinência urinária mista foram distribuídas aleatoriamente para receber tratamento com BTX ou MUS. A avaliação dos sintomas foi baseada no escore total do Urogenital Distress Inventory (UDI) aos 6 e 12 meses, considerando também subescores de sintomas irritativos e de esforço, além de diários miccionais.
Critérios de inclusão e exclusão mais relevantes
Resultados
Melhora nos sintomas: Ambos os grupos apresentaram melhora significativa no escore total do UDI aos 6 meses, sem diferença estatística entre BTX e MUS (-67 vs. -85 pontos; diferença média de 18, IC 95% -5 a 41, P=0,12). Contudo, o MUS mostrou maior eficácia na melhora do subscore UDI-stress (-45 vs. -25, diferença média de 20, IC 95% 8 a 32, P< 0,001).
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Redução nos episódios de incontinência: Aos 6 meses, o MUS foi superior ao BTX na redução dos episódios diários de SUI (-1,9 vs. -1,0; diferença média de 0,9, IC 95% 0,5 a 1,4, P<0,001) e na redução total dos episódios de UI (-4,0 vs. -2,9; diferença média de 1,1, IC 95% 0,0 a 2,2, P=0,05).
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Resultados em longo prazo: Aos 12 meses, o grupo MUS manteve uma maior melhora nos escores UDI-total e UDI-stress em comparação ao grupo BTX. A necessidade de tratamento adicional foi maior no grupo BTX, com 13% dos participantes recebendo uma segunda injeção até 6 meses e 28% até 12 meses.
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Qualidade de vida e satisfação: Ambos os grupos relataram melhorias em medidas de qualidade de vida e satisfação, como os escores de questionários específicos para bexiga hiperativa (OAB-q) e qualidade de vida relacionada à saúde (OAB-HRQOL), sem diferença significativa entre os tratamentos.
Ambos os tratamentos mostraram-se eficazes na redução dos sintomas de MUI em mulheres, mas o sling de uretra média foi superior na melhora dos sintomas de esforço e na redução dos episódios de SUI e UI total, especialmente aos 12 meses. A injeção de BTX, enquanto eficaz, apresentou maior necessidade de repetição para manutenção dos resultados
Comentário Editorial
Este estudo oferece uma análise robusta sobre as abordagens de tratamento para MUI em mulheres que não respondem aos tratamentos conservadores. O sling de uretra média demonstrou vantagens na eficácia de longo prazo e na redução da necessidade de tratamentos adicionais, sugerindo uma melhor adequação para pacientes que priorizam a durabilidade dos resultados. A injeção de BTX, por sua vez, pode ser uma alternativa viável para pacientes que preferem uma abordagem menos invasiva, embora os resultados indiquem a necessidade de reinjeções periódicas. Esse estudo enfatiza a importância de uma abordagem personalizada, considerando as preferências do paciente e a natureza dos sintomas.
Referência
Chermansky C, Harvie H, Richter H, et al. Mid-Urethral Sling vs Intradetrusor OnabotulinumtoxinA in Women with Mixed Urinary Incontinence – the MUSA Randomized Clinical Trial. Continence. 2024;12S:101343. DOI: https://doi.org/10.1016/j.cont.2024.101343
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