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Ultrassonografia na Estimativa do Peso Vesical: Uma Proposta Matemática Alternativa

Autores do Artigo: 

Dias Filho AC, Dias MLR, Grebot G.

Journal

Int Braz J Urol.

Data da publicação

Julho 2025

Autor do Resumo

Editor de Seção

  

Introdução

A espessura da parede vesical (BWT), medida por ultrassonografia, tem sido utilizada como indicador indireto de alterações funcionais vesicais, especialmente em casos de obstrução infravesical ou disfunções miccionais. Contudo, sua dependência do grau de enchimento limita sua confiabilidade. Com base nisso, os autores propõem uma nova abordagem matemática para estimar o peso vesical (e, indiretamente, o volume do detrusor), com menor influência da variação de volume intravesical e sem necessidade de esvaziamento completo da bexiga.

Materiais e Métodos

A proposta parte do princípio geométrico de esferas concêntricas. Considerando a bexiga como uma esfera cheia de líquido com espessura de parede uniforme, é possível estimar o volume do tecido da parede (e, por consequência, seu peso) como a diferença entre os volumes da esfera externa (raio total) e da interna (raio da cavidade). Para esse cálculo, será necessário obter apenas o raio da bexiga estimado com base no volume miccional (pré-miccional) e a espessura da parede vesical antes e após a micção (Tpre e Tpost), além do volume urinado. Para facilitar a aplicação prática, os autores sugerem obter Tpre e Tpost por ultrassonografia e calcular a diferença de volumes, considerando o volume urinado como aproximação do volume intravesical.

Resultados

Vantagens e Aplicabilidade
A principal vantagem da fórmula é sua aplicabilidade mesmo em pacientes com alto resíduo pós-miccional, eliminando a necessidade de esvaziamento completo da bexiga ou ultrassonografia tridimensional. Pode ser útil em cenários pediátricos, neurológicos ou geriátricos onde o esvaziamento completo é difícil ou inviável.

 

Comentário Editorial

A proposta dos autores representa uma interessante inovação conceitual na quantificação não invasiva do peso vesical, integrando fundamentos geométricos com prática clínica. Embora ainda em caráter teórico, a abordagem tem potencial para ser validada em estudos futuros. A aplicabilidade imediata pode ser ampliada com o desenvolvimento de uma calculadora online ou aplicativo móvel em que, ao inserir o volume urinado e a espessura vesical pré e pós-miccional, o peso vesical seja automaticamente estimado. Tal ferramenta poderia contribuir para o diagnóstico precoce de hipertrofia vesical e acompanhamento clínico de pacientes com obstrução crônica ou disfunções miccionais.

 

Referência

Dias Filho AC, Dias MLR, Grebot G. Ultrasonically Estimated Bladder and Detrusor Weights in Patients with Post-Void Residual Urine. Int Braz J Urol. 2025;51:e20250126. doi: 10.1590/S1677-5538.IBJU.2025.0126.

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