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Recuperação funcional pós-pieloplastia em crianças com estenose da junção ureteropélvica em rins com baixa função

Autores do Artigo

Abbas T et al.

Revista

Journal of Pediatric Urology

Data da publicação

Julho 2022

Autor do Resumo

Editor

Publicação do Resumo

Janeiro 2025

  

Introdução

Em Julho de 2022, foi publicado o estudo "Functional recoverability post-pyeloplasty in children with ureteropelvic junction obstruction and poorly functioning kidneys: Systematic review" na revista Journal of Pediatric Urology. O estudo explora a recuperação funcional de rins com obstrução da junção ureteropélvica em crianças após a realização de pieloplastia. A pesquisa visa compreender melhor os fatores que influenciam a recuperação da função renal em rins com função reduzida, com foco na melhora da função renal diferencial após a cirurgia. A análise sistemática utiliza dados de múltiplos estudos para esclarecer os benefícios da pieloplastia em casos controversos, onde a função renal pré-operatória é baixa, proporcionando insights sobre os critérios de inclusão e preditores de recuperação. A maioria dos rins operados mantem função renal estável ou melhoram após pieloplastia, sugerindo que uma abordagem conservadora é superior à nefrectomia de rotina, deixando tal conduta para casos especiais. Quanto aos fatores preditivos, não foi definido nenhum fator consistente para recuperação de função. 
Consulte abaixo a descrição mais detalhada do trabalho:

Objetivo

Avaliar a eficácia da pieloplastia na recuperação da função renal em crianças com obstrução da junção ureteropélvica e rins com baixa função renal, e identificar fatores preditivos de recuperação.

Desenho do estudo

Revisão sistemática de 20 estudos com 625 pacientes, utilizando critérios PRISMA para incluir estudos com pieloplastia em crianças (<18 anos) com obstrução da junção ureteropélvica unilateral e função renal pobre (definida como função renal diferencial ≤30%). Foi considerado rim com baixa função aquele que apresentava <30% de função. As técnicas cirúrgicas mais utilizadas foram a cirurgia aberta (70%) dos estudos e o isótopo para avaliação da função renal mais utilizado foi o DTPA(12 estudos) e MAG3 (5 estudos).Como fatores preditivos foram analisados a idade, momento do diagnóstico (ante e pós natal), função renal pré-operatória, gênero do paciente, intensidade da hidronefrose, e outros (relato de infecção urinaria, presença de massa abdominal, uso ou não de Stent, espessura de parênquima).

Número de pacientes

20 estudos, abrangendo um total de 625 pacientes.

Período de inclusão

Foram incluídos trabalhos publicados até 20 de Agosto de 2021.

Materiais e Métodos

Foram excluídos trabalhos duplicados, que não citavam a função renal antes e após o procedimento, pacientes acima de 18 anos e com dados incompletos.

Desfechos

- Desfechos Primários: Recuperação da função renal pós-pieloplastia, especialmente em termos de aumento da função renal diferencial.
- Desfechos Secundários: Fatores preditivos da recuperação funcional

Critérios de inclusão e exclusão mais relevantes

Estudos originais (coortes prospectivas, ensaios clínicos randomizados, estudos de caso-controle e séries retrospectivas) avaliando resultados de pieloplastia em pacientes pediátricos (<18 anos de idade) com estenose de junção ureteropélvica unilateral em rins com baixa função e com um mínimo de cinco casos incluídos foram elegíveis.
 

Resultados

A revisão sistemática demonstra que a pieloplastia pode ser uma intervenção eficaz para melhorar a função renal em crianças com estenose de junção ureteropélvica com rim apresentando baixa função, sugerindo que a nefrectomia não deve ser a primeira escolha para esses pacientes. A pesquisa não conseguiu identificar preditores claros de recuperação além do função renal diferencial pré-operatória, ressaltando a necessidade de mais estudos de alta qualidade para padronizar critérios de indicação e acompanhamento. Em relação às evidências existentes, o estudo reforça a visão de que intervenções precoces, especialmente em pacientes com diagnóstico antenatal, tendem a ser mais benéficas. No entanto, a heterogeneidade dos estudos avaliados e a qualidade média das evidências limitam a robustez das conclusões, sendo necessário um acompanhamento prolongado para verificar os reais impactos a longo prazo.

 

Referência

Subgr upos

por

DRF

(%)

N/Subg rupo

DRF

%

(Inici al)

DRF

% (Apó

s)

Mudan

ça

Perce

ntual

DRF

Pvalo

r

>5% Aum

ento

>5% Diminu ição

Sarhan et

al. [21]

N/D

N/D

15 ±

3.5

23 ±

5.5

8 ± 5

<0.0

5

71.5

%

0

Lone et al. [28]

10-15

14

14.4

286

19.0

714

4.6428

0.29

2

N/D

0

<10

10

5.26

00

16.7

00

11.44

0.03

4

N/D

N/D

Salih et al. [10]

11-19

25

9.26 (319)

19.7

0

8-21

<0.0

5

52%

8.70%

<10

21

N/D

N/D

N/D

N/D

N/D

N/D

Bansal et

al. [6]

10-30

33

24.7

38.9

14.2

N/D

N/D

N/D

<10

6

5.1

19

13.9

N/D

N/D

N/D

Gnech et

al. [22]

10-20

29

N/D

N/D

3.5 ± 9.8

<0.0

5

36%

19%

<10

7

N/D

N/D

N/D

N/D

N/D

N/D

Ekberli et al. [27]

N/D

N/D

<30

N/D

N/D

>0.0

5

23%

N/D

Bowen et

al. [26]

<10

8

6.43

N/D

-2.8 a

+47

N/D

96.9

%

N/D

10-20

24

N/D

N/D

N/D

N/D

N/D

N/D

Abdelaziz et al. [11]

N/D

N/D

5

21

16

<0.0

5

92%

0

Rudrawadi

et al. [12]

<10

26

7.58 ±

2.39

29.7

1 ±

5.16

N/D

<0.0

01

98%

0

10-30

54

20.8

1 ±

5.68

37.2

5 ±

7.11

N/D

<0.0

5

N/D

N/D

Chandrase kharam et

al. [13]

10-20

19

N/D

19.5

± 8.4

N/D

<0.0

1

100%

0

21-30

17

N/D

16.4

± 6.4

N/D

N/D

N/D

N/D

Cheritin et al. [14]

N/D

N/D

30

N/D

5

0.05

25%

N/D

Cheritin et al. [15]

N/D

N/D

N/D

N/D

N/D

N/D

N/D

N/D

Bassiouny

et al. [16]

N/D

N/D

N/D

N/D

N/D

N/D

100%

N/D

Csaicsich et al. [23]

N/D

N/D

N/D

N/D

N/D

N/D

N/D

N/D

Grimsby et

al. [24]

N/D

N/D

N/D

N/D

N/D

0.00

05

58%

N/D

Kumar et

al. [17]

20-29

50

25.3

24.9

5

N/D

46%

4

10-19

34

17.2

16.5

N/D

N/D

41%

9

Reis et al. [18]

11-20

19

N/D

N/D

5

N/D

N/D

N/D

21-30

9

N/D

N/D

N/D

N/D

N/D

N/D

Salem et al. [20]

N/D

N/D

N/D

N/D

5

<0.0

01

56%

N/D

Selmy et al. [19]

N/D

N/D

13.0

6 ±

4.90

20.8

1 ±

7.67

8 (3.5-

13)

0.00

0

90.6

%

N/D

Sharma et

al. [25]

N/D

N/D

24.6

± 5.2

29 ±

6.11

~5

N/D

N/D

N/D

Comentário Editorial

A maior parte dos trabalhos demonstrou melhora da função renal após a realização de pieloplastia, contudo, na análise de fator preditivo, alguns trabalhos 
sugeriram a idade do diagnostico, função renal diferencial pré-operatória, e momento de diagnostico antenatal como preditor, mas não houve consenso sobre fatores consistentes.

Referência

Abbas, T., Elifranji, M., Al-Salihi, M., Ahmad, J., Vallasciani, S., Elkadhi, A., ... & Salle, J. P. (2022). Functional recoverability post-pyeloplasty in children with ureteropelvic junction obstruction and poorly functioning kidneys: systematic review. Journal of pediatric urology, 18(5), 616-628. 

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