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Aumento da incidência de tumores germinativos de testículo nos Estados Unidos

Autores do Artigo: 

Almeida et al.

Revista

Cancer

Data da publicação

Janeiro 2025

Autor do Resumo

Editor

Publicação do Resumo

Janeiro 2025

  

Introdução

Em Janeiro de 2025, foi publicado o artigo - em tradução livre - "Diferenças raciais/étnicas nas tendências de incidência de tumores de células germinativas testiculares nos Estados Unidos, 1992–2021" na revista Cancer. Esse trabalho utilizou dados do Surveillance, Epidemiology, and End Results 12 e avaliou a incidência de tumores germinativos de testículo de acordo com a histologia (seminoma versus não seminoma), idade, estadio ao diagnóstico e raça/etnia. Os autores constataram que entre 1992 e 2021, a incidência por 100.000 pessoas-ano padronizada por idade de câncer de testículo  aumentou de 4,71 em 1992 para 6,22 em 2021. O aumento de incidência foi particularmente maior entre homens de etnia hispânica. 

Confira abaixo mais detalhes do estudo:

Objetivo

Examinar tendências recentes de incidência por tipo histológico, idade, estágio no diagnóstico e raça/grupo étnico.

Desenho do estudo

Coorte retrospectiva utilizando dados do US National Cancer Institute Surveillance, Epidemiology, and End Results (SEER) program 12.

Resultados

A incidência de tumores de células germinativas testiculares aumentou entre os homens de 1992 a 2021, passando de 4,71 para 6,22 casos por 100.000 pessoas-ano. Esse aumento foi mais acentuado entre homens hispânicos, cuja incidência mais que dobrou no período, e também foi significativo entre indígenas americanos e nativos do Alasca. A incidência de seminomas foi geralmente maior que a de não-seminomas, exceto entre hispânicos e indígenas americanos, onde os não-seminomas predominavam. A mediana de idade ao diagnóstico foi mais baixa entre hispânicos (28–29 anos) e indígenas americanos (26–30 anos), e mais alta entre homens negros (31–35 anos). A maioria dos tumores foi diagnosticada em estágio localizado (65,7%), mas os indígenas americanos apresentaram maior proporção de tumores avançados (33,3%). As taxas de sobrevida em 5 anos foram altas (96% no geral), mas menores entre hispânicos, negros e indígenas americanos, com tendência de piora recente, especialmente em casos de não-seminoma.

Comentário Editorial

A incidência de tumores de células germinativas testiculares está aumentando nos Estados Unidos, especialmente entre homens hispânicos, cuja taxa de incidência para seminomas e não-seminomas mais que dobrou entre 1992 e 2021. Embora os homens brancos não hispânicos ainda apresentem o maior número de casos, suas taxas estabilizaram, enquanto outros grupos étnicos continuaram a apresentar aumento significativo. Homens hispânicos têm taxas semelhantes de seminomas e não-seminomas, diagnóstico mais frequente em estágios avançados e em idades mais jovens, fatores possivelmente relacionados a barreiras no acesso à saúde e diferenças demográficas.

Estudos sugerem que fatores ambientais e comportamentais, como exposição materna a desreguladores endócrinos, podem contribuir para os padrões observados, com maior impacto em não-seminomas. Dados populacionais de alta qualidade reforçam os achados, embora limitações incluam o pequeno número de casos em alguns grupos e a categorização racial/étnica agregada. Estudos futuros devem explorar fatores de risco específicos e diferenças histológicas entre os grupos étnicos.

Referência

Almeida et al. Cancer 2024 https://doi.org/10.1002/cncr.35706

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