
Eficácia do Estrogênio Vaginal na Prevenção de Infecções do Trato Urinário em Mulheres Hipoestrogênicas.
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Introdução
O estudo “Efficacy of vaginal estrogen for recurrent urinary tract infection prevention in hypoestrogenic women” avaliou a eficácia do estrogênio vaginal na redução da frequência de infecções do trato urinário (ITUs) recorrentes em mulheres com hipoestrogenismo. Em uma análise retrospectiva de 5638 mulheres, observou-se uma redução de mais de 50% na frequência de ITUs no período de um ano após o início do uso de estrogênio vaginal, destacando a importância deste tratamento na prevenção de ITUs em populações específicas.
Confira abaixo mais detalhes do estudo:
Objetivo
Avaliar a associação entre a prescrição de estrogênio vaginal e a frequência de ITUs recorrentes em mulheres hipoestrogênicas, além de identificar fatores preditivos para ITUs após a prescrição.
Desenho do estudo
Revisão retrospectiva multicêntrica conduzida entre 2009 e 2019, com inclusão de mulheres com ≥3 culturas positivas de urina nos 12 meses anteriores à prescrição de estrogênio vaginal.
Número de pacientes
5638
Período de inclusão
Janeiro de 2009 a Dezembro de 2019
Materiais e Métodos
Dados foram coletados de registros eletrônicos, incluindo características demográficas, histórico médico e adesão ao tratamento. A adesão foi classificada em baixa, moderada ou alta, com base no número de recargas de receita. A análise comparou a frequência de ITUs no ano anterior e posterior à prescrição, utilizando teste t pareado e regressão binomial negativa.
Critérios de inclusão e exclusão mais relevantes
Mulheres que receberam prescrição de estrógeno vaginal para ITU recorrente, definida como pelo menos 3 uroculturas positivas (separadas por pelo menos 14 dias) nos 12 meses anteriores à prescrição. Os critérios de exclusão mais relevantes foram presença de anormalidades anatômicas, malignidades ou erosão de malha do trato geniturinário.
Resultados
A idade média das participantes foi de 70,4 anos. A frequência média de ITUs reduziu-se de 3,9 para 1,8 por ano (redução de 51,9%; P<0,001). 31,4% das pacientes não apresentaram ITUs no período posterior à prescrição. Fatores preditivos de ITUs após a prescrição incluíram idade avançada, diabetes mellitus, incontinência urinária e retenção urinária. Pacientes com alta adesão ao tratamento apresentaram menor redução proporcional na frequência de ITUs (2,2 vs. 1,6; P<0,0001).
Comentário Editorial
O estudo reforça o papel do estrogênio vaginal como estratégia eficaz para a redução de ITUs recorrentes em mulheres hipoestrogênicas, corroborando evidências prévias e alinhando-se a diretrizes clínicas. A redução significativa na frequência de ITUs destaca os benefícios desta intervenção, especialmente em uma população vulnerável como mulheres pós-menopáusicas. Entretanto, a descoberta paradoxal de menor benefício relativo em mulheres com alta adesão ao tratamento sugere a presença de viés de seleção ou fatores não observados, como maior gravidade de comorbidades. Além disso, a ausência de um grupo controle limita a generalização dos achados. No geral, o estudo contribui de forma valiosa para a prática clínica, incentivando o uso criterioso de estrogênio vaginal em mulheres com indicação apropriada.
Referência
Tan-Kim J, Shah NM, Do D, Menefee SA. Efficacy of vaginal estrogen for recurrent urinary tract infection prevention in hypoestrogenic women. Am J Obstet Gynecol. 2023;229(2):143.e1-143.e9. doi: 10.1016/j.ajog.2023.05.002.
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