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Associação entre depressão e bexiga hiperativa: um estudo transversal do NHANES 2011–2018

Revista

Journal of Affective Disorders

Data da publicação

Outubro 2024

Autor do Resumo

Editor

Publicação do Resumo

Março 2025

  

Introdução

Este estudo transversal, baseado em dados do NHANES 2011–2018, investigou a associação entre depressão e bexiga hiperativa (BH) na população dos Estados Unidos. Incluiu 19.359 participantes, avaliando sintomas de depressão através do PHQ-9 e sintomas de BH pela escala OABSS. A prevalência geral de BH foi de 21,62%. A análise multivariada revelou uma associação positiva entre níveis crescentes de depressão e BH, com maior risco em indivíduos com depressão grave (OR = 3,74; IC 95% 2,37–5,90, p < 0,01) após ajustes. A idade foi identificada como um fator modificador na relação entre as condições.

Objetivo

Investigar a prevalência de BH em adultos dos EUA e avaliar sua relação com diferentes níveis de depressão.

Desenho do estudo

Estudo transversal utilizando o banco de dados NHANES, com avaliação de depressão pelo PHQ-9 e de BH pela escala OABSS.

Número de pacientes

19.359 participantes com idade ≥ 20 anos

Período de inclusão

2011 a 2108

Materiais e Métodos

Análises de regressão logística ajustadas para idade, sexo, etnia, nível educacional, renda, IMC, histórico de tabagismo, consumo de álcool, hipertensão, diabetes e doença cardíaca coronariana.

Resultados

A prevalência de BH foi maior em indivíduos com depressão moderada (43,31%) e grave (50,96%) em comparação com depressão leve ou mínima.
 
A relação entre depressão e BH foi significativa mesmo após ajustes para potenciais confundidores.
 
Idade foi um modificador da relação entre as duas condições.

Conclusão do Trabalho

O estudo reforça a associação positiva entre depressão e BH, destacando a necessidade de atenção especial à saúde mental em pacientes com sintomas de BH. Resultados anteriores já sugeriram uma relação bidirecional entre as condições, mas este estudo amplia o entendimento ao incluir uma grande amostra populacional e análise robusta. No entanto, limitações incluem o desenho transversal, que impede a inferência de causalidade, e o diagnóstico de OAB baseado em questionários, sujeito a vieses de memória e falta de exclusão de causas orgânicas.

Comentário Editorial

Os achados sublinham a importância de estudos longitudinais para explorar causalidade e potenciais intervenções que abordem a depressão como fator de risco para OAB. Pesquisas futuras devem também investigar o papel de antidepressivos e alterações no microbioma urinário na fisiopatologia da OAB. Em suma, este estudo contribui significativamente para a compreensão das interações entre saúde mental e sintomas urinários, apontando direções para pesquisas e práticas clínicas futuras.

Referência

J Affect Disord. 2024 Jul 1;356:545-553

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