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Efeito do Pessário versus Cirurgia na Melhora Relatada por Pacientes com Prolapso de Órgãos Pélvicos Sintomático: Um Ensaio Clínico Randomizado

Autores do Artigo

van der Vaart LR, Vollebregt A, Milani AL, Lagro-Janssen AL, Duijnhoven RG, Roovers JW, van der Vaart

Revista

JAMA (Journal of the American Medical Association)

Data da publicação

Abril 2025

Autor do Resumo

Editor

Publicação do Resumo

Abril 2025

  

Introdução

O estudo avaliou a eficácia do tratamento com pessário em comparação com a cirurgia para prolapso de órgãos pélvicos sintomático. O ensaio clínico randomizado incluiu 440 mulheres, acompanhadas por 24 meses, para avaliar se o uso inicial do pessário seria não inferior à cirurgia em termos de melhora subjetiva dos sintomas. Os resultados mostraram que a taxa de melhora foi maior no grupo cirúrgico, e a alta taxa de conversão do pessário para cirurgia (54,1%) indica que muitas pacientes não se adaptaram ao tratamento conservador.

Objetivo

Avaliar se o pessário é não inferior à cirurgia no tratamento do prolapso de órgãos pélvicos sintomático.

Desenho do estudo

Ensaio clínico randomizado de não inferioridade.

Número de pacientes

440

Materiais e Métodos

Foram recrutadas 440 mulheres com prolapso de órgãos pélvicos estágio 2 ou maior, randomizadas entre pessário (218 pacientes) e cirurgia (222 pacientes). 

Desfechos

O desfecho primário foi a melhora subjetiva dos sintomas, medida pela escala Patient Global Impression of Improvement (PGI-I).

A taxa de conversão entre tratamentos e eventos adversos também foram analisados.

Critérios de inclusão e exclusão mais relevantes

Prolapso de órgãos pélvicos com grau igual ou superior a 2

Resultados

  • Aos 24 meses a melhora subjetiva foi relatada por 132 de 173 (76,3%) no grupo do pessário vs 132 de 162 (81,5%) no grupo da cirurgia (diferença de risco, -6,1% [IC unilateral de 95%, -12,7 a ∞]; valor de P para não inferioridade, 0.16)
  • A taxa de conversão do pessário para cirurgia foi de 54,1%, com desconforto sendo o evento adverso mais comum (42,7%).
  • No grupo cirúrgico, a taxa de infecção do trato urinário pós-operatória foi de 9%, e 3,6% das mulheres necessitaram de uma segunda cirurgia.

Conclusão do Trabalho

Este estudo sugere que o pessário pode ser uma opção inicial viável para algumas pacientes com prolapso de órgãos pélvicos, mas a alta taxa de conversão para cirurgia indica que muitas não se adaptam ao tratamento conservador.

A cirurgia demonstrou maior taxa de sucesso na percepção da melhora dos sintomas, o que pode influenciar a escolha do tratamento.

No entanto, o estudo também destaca a necessidade de melhorar a seleção das pacientes candidatas ao pessário, possivelmente com novas técnicas para prever a adaptação ao dispositivo.

Futuros estudos podem explorar abordagens combinadas e estratégias para aumentar a aceitação do pessário como opção terapêutica.

Referência

JAMA. 2022 Dec 20;328(23):2312–2323. Lisa R van der Vaart, Astrid Vollebregt, Alfredo L Milani, Antoine L Lagro-Janssen, Ruben G Duijnhoven, Jan-Paul W R Roovers,  Carl H van der Vaart

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