
Efeito da Toxina Botulínica Intratrigonal em Pacientes com Síndrome da Bexiga Dolorosa/Cistite Intersticial: Estudo de Longo Prazo em Condições Reais
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Introdução
Este estudo avaliou a eficácia e segurança da injeção intratrigonal de toxina botulínica tipo A (OnabotA) em pacientes com síndrome da bexiga dolorosa/cistite intersticial (BPS/IC) que não responderam ao tratamento conservador.
A pesquisa retrospectiva incluiu 47 mulheres tratadas entre 2009 e 2022, analisando a duração dos efeitos, os preditores de resposta e a taxa de manutenção da terapia a longo prazo.
Objetivo
Avaliar a eficácia a longo prazo e a segurança da toxina botulínica intratrigonal em pacientes com BPS/IC refratária a tratamentos conservadores.
Desenho do estudo
Estudo retrospectivo
Número de pacientes
47
Período de inclusão
2009 a 2022
Materiais e Métodos
Foram analisadas 47 pacientes submetidas a pelo menos uma injeção intratrigonal de 100 U de OnabotA, com acompanhamento médio de 8,8 anos. A resposta clínica foi avaliada por escala visual analógica (VAS) de dor e pelo tempo entre as aplicações. Eventos adversos foram documentados.
Resultados
- Mais de 50% das pacientes tiveram resposta sustentada ao tratamento, com intervalo médio entre aplicações de aproximadamente um ano.
- Não houve preditores significativos para resposta sustentada, como idade, intensidade basal da dor ou tempo até solicitação da nova injeção.
- O principal evento adverso foi infecção do trato urinário (18,7%), seguida de dificuldade miccional (7,2%).
- Apenas 0,1% das pacientes necessitaram de cateterismo intermitente.
Conclusão do Trabalho
O estudo demonstra que a aplicação intratrigonal de OnabotA é uma opção segura e eficaz para pacientes com BPS/IC refratária a tratamentos conservadores, proporcionando alívio prolongado da dor e melhora dos sintomas urinários.
A ausência de preditores claros para a resposta ao tratamento sugere que a seleção das pacientes deve ser baseada na experiência clínica e na aceitação da abordagem invasiva.
A alta taxa de manutenção da terapia ao longo dos anos reforça seu papel no manejo da BPS/IC, embora estudos prospectivos sejam necessários para definir o perfil ideal de pacientes candidatas e otimizar protocolos de reinjeção.
Referência
Toxins (Basel) 2022 Nov 10;14(11):775. Pedro Abreu-Mendes , António Ferrão-Mendes, Francisco Botelho, Francisco Cruz e Rui Pinto
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