
Associação entre Bexiga Hiperativa e Declínio Cognitivo em Idosos: O Papel Mediador da Depressão
Autores do Artigo
Revista
Data da publicação
Autor do Resumo

Editor

Publicação do Resumo
Introdução
O artigo "Associação entre Bexiga Hiperativa e Declínio Cognitivo em Idosos: O Papel Mediador da Depressão", publicado na Scientific Reports, explora a relação entre bexiga hiperativa (OAB) e saúde cognitiva em idosos, considerando a depressão como um possível fator mediador. O estudo utiliza dados do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES) 2011–2014 para avaliar essa relação em uma amostra representativa da população americana acima de 60 anos.
Objetivo
Examinar a associação entre OAB e declínio cognitivo em idosos e avaliar o papel mediador da depressão nessa relação.
Desenho do estudo
Análise transversal baseada em dados do NHANES 2011–2014
Número de pacientes
2.324 participantes (45,95% homens, 54,05% mulheres)
Materiais e Métodos
Análise transversal baseada em dados do NHANES 2011–2014, com uma amostra ponderada de 2.324 participantes (45,95% homens, 54,05% mulheres). OAB foi definida por um escore superior a 3 no Overactive Bladder Syndrome Symptom Score (OABSS). A função cognitiva foi avaliada por meio de testes padronizados, incluindo CERAD Word Learning (CERAD-WL), Animal Fluency Test (AFT) e Digit Symbol Substitution Test (DSST). Foram aplicados modelos de regressão linear ponderada, ajustados para fatores demográficos, comportamentais e comorbidades.
Resultados
- Os escores cognitivos foram significativamente mais baixos no grupo com OAB em comparação ao grupo sem OAB (p < 0,001).
- OAB foi associada a uma redução de 14% nos escores cognitivos ajustados (β=-0,14, IC 95% [-0,22, -0,06]).
- A incidência de depressão foi significativamente maior no grupo OAB (15%) em comparação ao grupo sem OAB (6,05%) (p < 0,001).
- A análise de mediação indicou que a depressão explicou 34,56% da relação entre OAB e declínio cognitivo (IC 95%: 0,20, 0,69).
- A associação negativa entre OAB e cognição permaneceu significativa mesmo após ajuste para idade, sexo, nível educacional, status socioeconômico e presença de comorbidades.
- Indivíduos com OAB apresentaram maior prevalência de obesidade, menor nível de atividade física e maior carga de doenças crônicas, fatores que também podem influenciar o declínio cognitivo.
- A relação entre OAB e declínio cognitivo foi consistente em diferentes subgrupos demográficos e clínicos.
- Análises de sensibilidade excluindo indivíduos com diagnóstico prévio de disfunção cognitiva confirmaram a robustez dos achados.
Conclusão do Trabalho
O estudo confirma uma associação significativa entre OAB e declínio cognitivo em idosos, sugerindo que a depressão desempenha um papel mediador relevante nessa relação. Esses achados destacam a necessidade de uma abordagem integrada no manejo da OAB, considerando não apenas os sintomas urinários, mas também os impactos psicológicos e cognitivos.
Comentário Editorial
Este estudo reforça a importância de avaliar a função cognitiva em pacientes idosos com OAB, especialmente aqueles com sintomas depressivos. A interação entre fatores urológicos, psiquiátricos e neurológicos deve ser considerada para um tratamento mais abrangente e eficaz. Estratégias que combinem terapias comportamentais, farmacológicas e suporte psicológico podem oferecer melhores resultados na prevenção do declínio cognitivo em pacientes com OAB. Estudos futuros longitudinais serão essenciais para esclarecer a relação causal entre essas condições, além de incluir na análise o uso e efeito de medicamentos anticolinérgicos, que sabidamente podem influenciar a função cognitiva.
Referência
Liu L. Exploring the Association Between Overactive Bladder (OAB) and Cognitive Decline: Mediation by Depression in Elderly Adults, a NHANES Weighted Analysis. Scientific Reports. 2025;15:3669. DOI: https://doi.org/10.1038/s41598-025-86267-6
Outros Resumos
-
Postado: dez/2024
Nectina-4 nas Malignidades Geniturinárias: Uma Revisão Sistemática