
Robótica na Urologia Pediátrica: Uma Revisão
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Introdução
Com os recentes avanços tecnológicos no campo da cirurgia, foi possível a implementação da robótica na urologia pediátrica. Procedimentos como pieloplastia, heminefrectomia, reimplante ureteral e algumas reconstruções complexas tem sido realizados com auxilio de plataformas robóticas, oferecendo benefícios aos pacientes. Os autores fizeram uma revisão da bibliografia atual a respeito das cirurgias intra-abdominais mais comuns em urologia pediátrica com o propósito de avaliar o estado da cirurgia robótica na especialidade. Foi observado um tempo cirúrgico aumentado, quando comparado com as demais modalidades (aberta e laparoscópica não assistida), porém o tempo de internação e uso de medicação para dor foram reduzidos enquanto foram obtidas as mesmas taxas de sucesso em comparação ao padrão-ouro, que são as cirurgias abertas.
Objetivo
Revisar criticamente o estado atual da cirurgia robótica em urologia pediátrica, discutindo suas aplicações, benefícios, limitações, treinamento de cirurgiões, custos e direções futuras.
Desenho do estudo
Revisão da literatura
Período de inclusão
Publicações de 2000 até 2023
Materiais e Métodos
Revisão da literatura científica na base de dados PubMed
Desfechos
- Taxas de sucesso cirúrgico > 90% na maioria dos procedimentos;
- Redução no tempo de internação hospitalar;
- Menor necessidade de medicação para dor;
- Menor perda sanguínea;
- Melhor resultado estético da cicatriz.
Critérios de inclusão e exclusão mais relevantes
Os estudos incluidos foram direcionados para os procedimentos laparoscópicos assistidos por robô (em crianças) de pieloplastia, heminefrectomia, reimplante ureteral, apendicovesicostomia a Mitrofannoff e ampliação vesical por ileocistoplastia.
Foram excluidos estudos que abordavam adultos ou sem aplicação prática em urologia pediátrica.
Resultados
- A cirurgia robótica em crianças é segura, eficaz e apresenta benefícios clínicos relevantes em comparação às abordagens abertas e laparoscópicas convencionais;
- Apesar do maior tempo cirúrgico inicial, é reportado uma redução a cada caso realizado;
- Os procedimentos mais comuns tem altas taxas de sucesso;
- Há avanços no treinamento de cirurgiões, com programas específicos e uso de novas tecnologias, como exemplo a inteligência artificial;
- Novos sistemas robóticos tem potencial de melhorar a experiência cirúrgica, principalmente na redução do tempo cirúrgico.
Conclusão do Trabalho
A cirurgia robótica representa uma alternativa viável e cada vez mais vantajosa na urologia pediátrica. Apesar das limitações iniciais, como custo e desafio técnico em lactentes, os benefícios clínicos e a evolução das tecnologias e do treinamento justificam sua crescente adoção e projeção como ferramenta essencial nos centros cirúrgicos pediátricos do futuro.
Comentário Editorial
Nesse artigo de revisão somos levados a crer que a cirurgia robótica está cada vez mais próxima do nosso dia-a-dia na urologia pediátrica, porém os dois principais problemas ressaltados, tempo cirúrgico aumentado e custos, são determinantes para retardar a sua popularização, visto que um tempo cirúrgico aumentado nos leva a um tempo anestésico prolongado que também agregará aos custos finais da cirurgia, sem contar com o elevado custo dos materias para utilização do robô. Além disso, ainda não há um benefício excepcional se compararmos com a cirurgia aberta e laparoscópica convecional, contribuindo também para a resistência na adesão ao método pelos urologistas pediátricos.
Entretanto, não podemos nos voltar contra os avanços recentes na cirúrgia urológica e tentar negar a importância da cirurgia assistida por robô. A cada dia veremos cada vez mais indicações nas diversas plataformas robóticas, além de uma redução nos custos, com a introdução de novas plataformas, quebras de patentes e barateamento na produção dos insumos cirúrgico, assim como observamos na cirurgia laparoscópica convencional. Por isso é importante nos familiarizarmos com os avanços tecnológicos, para que façam parte do nosso arsenal terapêutico e sejam utilizados quando bem indicados.
Referência
GUNDETI, M. S.; HUBERMAN-SHLAES, J. Robotics in pediatric urology: A review. Journal of Pediatric Surgery, v. 60, p. 162022, 2025. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jpedsurg.2024.162022
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