
Desfechos relacionados à remoção de reservatórios de próteses penianas: experiência multi-institucional de 7 anos.
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Introdução
Em setembro de 2024, foi publicada no JSM um estudo multicêntrico com título: “Resultados relacionados à remoção do reservatório da prótese peniana: uma experiência multi-institucional de 7 anos”. As cirurgias de revisão de próteses penianas infláveis se dão normalmente por mau funcionamento, mau posicionamento ou infecções. Nestes casos, nem sempre se faz necessário a retirada do reservatório. Os autores objetivaram revisar o desfecho e as complicações relacionadas à remoção do reservatório de próteses penianas infláveis durante cirurgias de revisão ou explante em uma grande série multi-institucional.
Objetivo
Analisar o desfecho e complicações relacionadas à cirurgia de remoção de reservatórios de próteses penianas infláveis.
Desenho do estudo
Coorte retrospectiva com revisão de bancos de dados de cirurgias de revisão e remoção de prótese peniana inflável (PPI) em seis instituições.
Número de pacientes
215 pacientes
Período de inclusão
Janeiro de 2011 a dezembro de 2018
Critérios de inclusão e exclusão mais relevantes
Incluídos pacientes que foram operados por cirurgiões de alto volume cirúrgico (mais de 50 implantes de PPI por ano), e somente complicações relacionadas ao reservatório no momento da revisão ou explante. Foram excluídos pacientes com esfíncter urinário, sling uretral masculino ou mini-jupette.
Resultados
215 casos realizados em 6 instituições, sendo 171 revisões e 44 explantes. De acordo com a posição do reservatório, 172 (80%) estavam no espaço retropúbico e 43 (20%) em espaços alternativos. 131 (60,9%) cirurgias devido a mau funcionamento, 49 (22,8%) por mau posicionamento e 35 (16,3%) casos devido a infecção. Em 44 casos, o reservatório foi mantido, sendo 59,1% justificados por reuso em uma nova PPI, 18,2% para evitar lesão de estruturas adjacentes ao reservatório, 13,6% não especificados, 9,1% por dificuldade de dissecção. Dos 171 reservatórios removidos, 15 (8,8%) requereram contra-incisão (6 do grupo de reservatório retropúbico e 9 ectópicos). Proporcionalmente, mais reservatórios ectópicos foram removidos devido a infecção (51,5% ectópicos vs 13,0% retropúbicos – p < 0,00001). Complicações intraoperatórias relacionadas a remoção do reservatório incluíram perfuração vesical (1 caso no grupo retropúbico) e avulsão de vasos epigástricos (1 caso no grupo ectópico). Complicações pós-operatórias incluíram um único caso de infecção tardia de um reservatório ectópico retido que desenvolveu fístula cutânea após 4 anos da cirurgia de revisão.
Conclusão do Trabalho
A remoção do reservatório de PPI pode ser uma cirurgia desafiadora até mesmo para cirurgiões experientes, devido ao difícil acesso do reservatório por uma incisão única penoescrotal ou infrapúbica, além de alguns casos com posições de visualização difícil, o que aumenta risco de lesões de vasos ou estruturas adjacentes. Por isso, realizar um estudo de imagens no pré-operatório sempre é recomendado quando existe a possibilidade de retirada do reservatório. Por fim, o uso de uma contra-incisão torna a abordagem ao reservatório mais segura.
Comentário Editorial
Destaco que este é o primeiro trabalho multicêntrico publicado que revisa complicações intraoperatórias relacionadas a remoção de reservatórios durante revisão ou explante de PPI, atingindo um bom volume de pacientes (215 pacientes em 7 anos). Além disso, engloba cirurgiões de alta experiência e volume de próteses penianas infláveis, que utilizam a mesma via penoescrotal para abordagem nestes casos. Todavia, a análise retrospectiva de dados registrados em prontuário pode subestimar informações relacionadas a complicações. Também há de ressaltar que não houve amostragem de abordagens infrapúbicas na análise, o que abre margem para futuras avaliações comparativas. Considero um trabalho que pode abrir portas para novas publicações e análises mais profundas na comunidade protética, visando angariar condutas sedimentadas, seguras e padronizadas na abordagem dos reservatórios retropúbicos ou ectópicos.
Referência
Javier Piraino, DO, Ian Madison, DO, Dylan Supak, MD, Landon Trost, MD, Robert J. Comell, MD, Tobias Kohler, MD, Gerard D Henry, MD, Aram B. Loeb, MD, Run Wang, MD, Jonathan Clavell Hernandéz, MD
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