
É hora de reconsiderar como documentamos estudos de fluxo urinário pediátrico? : Um estudo da força-tarefa de disfunção miccional da SPU
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Introdução
Em Maio de 2023, o estudo "Is it time to reconsider how we document pediatric uroflow studies?: A study from the SPU Voiding Dysfunction task force" foi publicado na revista Journal of Pediatric Urology. A pesquisa realizou uma revisão do uso de urofluxometria em Pediatria, abordando a reprodutibilidade entre observadores ao interpretar curvas de urofluxos conforme a classificação proposta pela ICCS em 5 tipos: 1) Platô, 2) Sino, 3) Torre, 4) Intermitente e 5) Staccato. Embora a urofluxometria seja amplamente utilizada para diagnosticar e monitorar disfunções do trato urinário inferior em crianças, a falta de critérios padronizados dificulta a comparação de dados entre diferentes instituições e médicos. Este estudo investigou a confiabilidade inter-observador ao utilizar diferentes métodos de classificação de curvas de urofluxos, propondo uma nova classificação para melhorar a padronização e a precisão nas interpretações, propondo a classificação das curvas em “Suaves” e “Fracionadas”, demonstrando que esta nova classificação, associado ao uso do “Flow Index” possui, conforme o score de Kappa pontuação de 0,7 para curvas suaves e fracionadas entre os examinadores, enquanto a classificação inicial variando entre 0,21 a 0,42.
Consulte abaixo a descrição mais detalhada do trabalho:
Objetivo
Avaliar a confiabilidade entre observadores na interpretação de curvas de urofluxometria pediátrica com uso da classificação da ICCS e uma nova classificação proposta em associação ao uso do Flow Index.
Desenho do estudo
Estudo observacional de confiabilidade interobservador.
Número de pacientes
119 estudos de urofluxos de pacientes pediátricos.
Período de inclusão
Setembro de 2020 a Abril de 2021.
Materiais e Métodos
O estudo envolveu 119 exames de urofluxos de crianças, revisados por 5 avaliadores de 5 diferentes instituições. As curvas foram classificadas conforme os padrões da ICCS e um sistema alternativo, com análise estatística para medir a concordância entre os observadores usando a estatística Kappa. Todos os membros da força-tarefa da The Societies Pediatric Urology (SPU) foram convidados a contribuir com urofluxos anonimizados para um banco de dados sendo que os exames incluíam tempo e valor (fluxo em ml/s) com escala nos eixos X e Y, respectivamente. Devido à variedade de máquinas usadas, os dados de EMG do assoalho pélvico não foram incluídos.
Desfechos
Desfecho primário: Concordância entre observadores na interpretação das curvas de urofluxos.
Desfechos secundários: Eficácia dos métodos alternativos propostos para aumentar a concordância entre observadores.
Critérios de inclusão e exclusão mais relevantes
Grupos de comparação :
- Análise dos exames conforme a classificação proposta pela ICCS
- Análise dos exames conforme a nova classificação
Resultados
Matriz de confusão para a amostra de treinamento: ICCS
A concordância entre observadores usando os critérios da ICCS foi considerada 'justa' (kappa=0,34), enquanto a classificação usando curvas lisas vs. fracionadas apresentou concordância 'substancial' (kappa=0,70), indicando maior confiabilidade no novo sistema proposto.
Comentário Editorial
A classificação proposta pela ICCS apresenta vantagens quando possibilita diferenciação de maiores tipos de condições clínicas, contudo, possui menor reprodutibilidade Inter examinador, conforme bem demonstrado em Comentário feito em Junho de 2023 sobre o artigo, o qual alerta sobre os riscos de juntar os padrões de curva irregular e staccato como único e platôs e curvas em sino. Há uma grande lacuna na literatura quanto ao método ideal de avaliação, porém, a classificação proposta sugere ser mais reprodutiva e aplicável em diferentes contextos clínicos. Este estudo reforça a necessidade de rever os métodos atuais de documentação e interpretação de estudos de urofluxometria pediátrica. Os achados mostram que os critérios da ICCS apresentam limitada confiabilidade entre diferentes observadores, especialmente em padrões de curva não 'bell-shaped'. No entanto, o estudo carece de dados de EMG e volume residual pós-miccional, que poderiam melhorar ainda mais a acurácia das interpretações.
Referência
Van Batavia, J. P., Pohl, H. G., Farhat, W. A., Chiang, G., BaniHani, A., Collett-Gardere, T., & Franco, I. (2023). Is it time to reconsider how we document pediatric uroflow studies?: A study from the SPU Voiding Dysfunction task force. Journal of Pediatric Urology, 19(5), 546-554.
Barroso, U. (2023). Commentary to “Is it time to reconsider how we document pediatric uroflow studies?: A study from the SPU voiding dysfunction task force”. Journal of Pediatric Urology, 19(5), 555-556.
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