
Lesões iatrogênicas em reservatórios de prótese peniana inflável durante cirurgias urológicas: uma revisão de escopo e relato de caso
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Introdução
Atualmente, cada vez mais pacientes tem escolhido por próteses penianas infláveis (PPI) como forma de tratamento definitivo para disfunção erétil refratária a medidas clínicas, medicações orais ou injetáveis. Todavia, após o implante protético, vários pacientes estão sujeitos a realizarem outras cirurgias que podem exigir planejamento cirúrgico diferenciado devido à prótese peniana pelo risco de danos aos componentes da prótese. Em maio de 2024, esta revisão foi publicada avaliando o que temos até hoje a respeito de lesões iatrogênicas dos reservatórios de próteses penianas infláveis.
Objetivo
Apresentar um resumo da literatura atual relacionada a lesões iatrogênicas em próteses penianas infláveis ocorridas durante cirurgias urológicas.
Desenho do estudo
Revisão de escopo e relato de caso.
Número de pacientes
13 estudos
Período de inclusão
Sem delimitação temporal pelo autor.
Materiais e Métodos
Revisão de escopo na base de dados da PubMed por artigos que citam cirurgias urológicas pélvicas em pacientes que possuíam prótese peniana inflável.
Critérios de inclusão e exclusão mais relevantes
Incluídas publicações que atendiam aos critérios de busca utilizados que envolviam cirurgias pélvicas em geral e prótese peniana, ou lesão iatrogênica de prótese peniana ou do seu reservatório. Excluído um artigo o qual não foi possível total acesso ao texto.
Resultados
De toda base de dados da PubMed, foram encontrados somente relato de caso ou séries de casos relacionadas a cirurgias pélvicas em pacientes com prótese peniana inflável. 8 trabalhos (em sua maioria séries de casos) citavam pacientes com PPI que foram submetidos a Prostatectomia Radical (PR), 2 relatos de casos sobre Cistectomia radical, 1 série de casos sobre cirurgia escrotal e 2 relatos sobre Urolift.
Nos casos de PR, 4 pacientes (em pesquisas distintas) tiveram problemas com sua prótese: um paciente apresentou infecção do reservatório, dois pacientes evoluíram com quadro de edema e dormência peniana, além de ereção dolorosa no primeiro mês após cirurgia e um paciente teve perfuração do reservatório durante o procedimento (detectada de imediato e trocada no ato cirúrgico).
Não houve relato de danos aos componentes da prótese peniana, em especial o reservatório, em pacientes submetidos a cirurgias de Cistectomia, Orquiectomia subcapsular e Orquiectomia esquerda por torção testicular. E em relação a pacientes que realizaram Urolift (2), um deles tiveram perfuração do reservatório descrita. Por fim, o autor do trabalho finaliza descrevendo um caso de perfuração do reservatório da prótese peniana durante Urolift.
O caso descreve um paciente de 66 anos que foi submetido a implante de PPI em 2018 e pouco mais de quatro anos depois foi submetido a Urolift. Relata melhora dos sintomas miccionais após uma semana, porém não conseguia mais inflar a prótese peniana. Confirmado a lesão do reservatório por um dos implantes do Urolift através de tomografia computadorizada. O paciente foi então submetido a troca do reservatório quatro semanas após o Urolift, apresentando desfecho satisfatório.
Conclusão do Trabalho
Pacientes com PPI podem representar um desafio adicional aos cirurgiões que performarão cirurgias pélvicas, e que atualmente não existe um guia pré-cirúrgico padronizado que possa auxiliar no planejamento destes casos. Os autores então apresentaram um “checklist” com vários itens a serem checados no pré, intra e pós-operatório de pacientes que possuem PPI, que abordam a avaliação do desejo do paciente sobre a prótese, determinação do perfil de risco do paciente, desinsuflação do reservatório no início da cirurgia, remoção ou reposicionamento do dispositivo durante o procedimento, trocas do reservatório se necessário e, por fim, seguimento prolongado do caso para avaliação do funcionamento protético.
Comentário Editorial
Curiosamente, a revisão de literatura desta pesquisa não identificou outros tipos de cirurgia pélvica em pacientes com prótese peniana que não fossem cirurgias urológicas. Além disso, citou artigos que abordaram também os componentes tubulares da PPI, apesar que o principal dispositivo lesado foi sempre o reservatório. Concordo que pacientes portadores de PPI que necessitem de cirurgias pélvicas exigem um planejamento cirúrgico apropriado e um seguimento prolongado para verificação de funcionamento adequado da prótese e, sem dúvida alguma, uma padronização na forma de abordar o reservatório protético poderia facilitar a condução nesses casos. É interessante incluir um estudo de imagem com ressonância magnética prévia a cirurgia, cuidado redrobado com assepsia e anti-sepsia antes e durante o procedimento e sempre buscar o suporte de uma equipe especializada em próteses penianas para auxiliar durante o processo cirúrgico destes pacientes.
Referência
Priyanka Achalu, BA, Michael Okene, BS, Hossein Mirheydar, MD. Iatrogenic injuries to reservoirs of inflatable penile prosthesis during urologic surgery - a scoping review and case report. Sexual Medicine Reviews, 2024, 12,513-518. https://doi.org/10.1093/sxmrev/qeae026
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