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Aumento de complicações trombóticas em pacientes com acesso venoso central em quimioterapia para câncer de testículo

Autores do Artigo

Wiesen et al

Revista

JCO Oncology Practice

Data da publicação

Dezembro 2024

Autor do Resumo

Editor

Publicação do Resumo

Dezembro 2024

  

Introdução

Em Dezembro de 2023, foi publicado na revista JCO Oncology Practice o estudo - em tradução livre - “Uso de acesso intravenoso periférico em pacientes submetidos à quimioterapia para câncer testicular”. O estudo incluiu pacientes com câncer de testículo tratados entre 2005 e 2020 na Universidade do Colorado e avaliou o uso de acesso venoso periférico versus uso de dispositivos de acesso venoso central. Os autores identificaram que eventos trombóticos e outras complicações relacionadas ao acesso venoso ocorreram de forma mais frequente entre os pacientes que tinham dispositivos de acesso venoso central.

Consulte abaixo a descrição mais detalhada do trabalho:

Objetivo

Avaliar o risco de diferentes métodos de infusão de quimioterapia em pacientes com câncer de testículo.

Desenho do estudo

Coorte retrospectiva

Número de pacientes

154

Período de inclusão

2005 a 2020

Desfechos

Complicações relacionadas ao acesso venoso -  trombose venosa superficial, infecção/ flebite local, infecção sistêmica (sepse), extravasamento periférico, necrose cutânea local, embolia pulmonar, trombose venosa profunda associada ao cateter, qualquer evento trombótico, incapacidade de acesso periférico intravenoso.

Critérios de inclusão e exclusão mais relevantes

Pacientes tratados em primeira linha com quimioterapia sistêmica baseada em platina para câncer de testículo entre 2005 e 2020 na Universidade do Colorado.

Resultados

Dos 154 pacientes que preencheram os critérios de elegibilidade, 92 tinham acesso central por dispositivo (mediport/ port-a-cath + PICCs) e 62 tinham acesso periférico intravenoso. As complicações foram mais frequentes em pacientes com acesso central por dispositivo quando comparados aos pacientes com acesso periférico intravenoso (52,2% vs 24,2%, p < 0,01). Trombose venosa profunda associada ao cateter foi mais comum nos pacientes com acesso central (23,2% vs 1,6%). A necessidade de troca de acesso periférico para central ocorreu em apenas 9,7% dos casos.

Comentário Editorial

Pacientes com câncer de testículo avançado têm maior risco de trombose devido à própria doença e pelo tratamento com quimioterapia baseada em cisplatina. Apesar de limitado pela sua natureza retrospectiva e pequeno número de pacientes, este estudo evidenciou a maior proporção de complicações relacionadas ao acesso, incluindo trombose venosa profunda, em pacientes com câncer de testículo em uso de dispositivos de acesso central. Dessa forma, considera-se que o uso de dispositivos de acesso central para pacientes com câncer de testículo em quimioterapia deve ser restrito para aqueles pacientes com impossibilidade de acesso venoso periférico.

Referência

Wiesen et al. Use of Peripheral Intravenous Access in Patients Undergoing Chemotherapy for Testicular Cancer. JCO Oncol Pract . 2024 Mar;20(3):361-369

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